Menina da Lua
Estava ela na janela, debruçada, sim, como todos os dias e todas as noites sozinha olhando para o céu que como sempre pouco estrelado, mas o seu astro principal estava lá a sua espera, a lua. A janela que se situava em frente a rua, os gatos miavam, os ônibus passavam ainda tão tarde, estarão aqueles motoristas a caminho de suas casas, para perto de suas famílias?
Coberta com um xale de lã, caindo sobre seu colo, pensava "Será eu a única pessoa tão estúpida, não por desconhecer, mas por saber e não mudar, fazer o que dizem ser o certo?"
É outono e nesse mundo em que nada muda mesmo com o passar dos dias e todos dizendo que tudo pode acontecer em uma fração de segundos; ainda há esperança de que os desejos realmente se realizem? De que não enxerguem somente as pessoas que são cobertas de charme, um simples balanço de cabelo, um sorriso bonito e começam a ver o verdadeiro valor de cada um? É tão difícil?
Adormece.